Edu Silva
O vocabulário sintético-poético de Edu Silva (1979, São Paulo, Brasil) recai em dois elementos, a cor e a matéria. Em sua prática, materiais culturalmente identificados como nobres, como o mármore e o linho, convivem com outros, comumente lidos como ordinários, como o papelão e a tinta acrílica. Já o cromatismo vívido de suas pinturas, principal meio de sua produção, provém da criação de áreas que são sobrepostas por outras camadas tonais de modo imperfeito, deixando antever no limite de suas formas os tempos anteriores de sua feitura. Nessa operação, Silva cria fissuras, camadas, entre-espaços, peles e cascas. Suas composições são abstratas, mas sua espacialidade imanente inclina a percepção para topografias imaginárias, como se fossem paisagens e territórios desconhecidos. As manchas cromáticas, mais orgânicas do que geométricas que habitam suas telas, são desiguais, de modo que uma cor sempre predomina no quadro. A assimetria na ocupação da superfície permite leituras políticas através de analogias sociais sobre tensões territoriais, sem interferir, contudo, na potência das reflexões de Edu Silva sobre o campo pictórico. Em suas esculturas, por sua vez, o artista articula o papelão e o mármore em arranjos no qual a fragilidade do primeiro é o que confere sustentação para o segundo, cuja densidade e peso, oferece, por sua vez, um risco à própria estrutura. Usualmente instaladas nos cantos da arquitetura, esses objetos reconfiguram nosso olhar no espaço, convocando nossa atenção para suas margens. Desde 2012, Edu Silva realiza exposições individuais, destacando-se: Corolário, na Galeria Luis Maluf, em São Paulo, Brasil (2022); Autorretrato, na Galeria Vértice, em São Paulo, Brasil? (2019); Mestiçagem, na CasaGaleria Oficina de Arte, em São Paulo, Brasil (2018); e Rupturas, no Museu de Arte de Blumenau, em Blumenau, Brasil (2017). Seus trabalhos participaram de mostras coletivas como: Dos Brasis: Arte e pensamento negro, no Sesc Belenzinho, em São Paulo, Brasil (2023); Fisionomía en contradicción, no Museum of Northern History, em Kirkland Lake, Canadá (2022); Rocco, no Rochester Contemporary Art Center’s International, em Nova York, Estados Unidos (2017); Map of the New Art, na Fondazione Giorgio Cini, em Veneza, Itália (2015); entre outras. Suas obras estiveram em exibição em diversos Salões nacionais, além de duas edições (20ª e 21ª) da Bienal de Cerveira, Portugal (2018 e 2020). Seus trabalhos compõem as coleções da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, Vila Nova de Cerveira, Portugal; Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), Porto Alegre, Brasil; Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, Brasil; e da Pinacoteca Municipal Pimentel Júnior?, Rio Claro, Brasil.