Dudu Garcia
Dudu Garcia não teme o passado, ao contrário, faz dele um compromisso para a sensibilização do olhar. Há, em sua ação, uma espécie de aura romântica, um compromisso com a criação do belo e com a revelação de um mundo escondido diante de nosso olhar. Para ele, o artista é um desbravador, um descobridor, e a tarefa maior de seu ofício é desnudar os véus do olhar. Através de manchas de cores formadas por camadas de tinta sobrepostas, o trabalho do artista revela um processo pictórico sensível e bem elaborado. Eduardo Garcia cria a sua paisagem urbana, seus mapas, seus muros, seu Verbo. A sua temática é, em essência, o Tempo. Diante de suas pinturas o espectador é convidado a conhecer uma história, um registro, um processo: o corpo da pintura está ali, presente, vibrando nas grandes superfícies que se orientam por uma espécie de princípio construtivo orientador. A pintura é o registro da história e ela se cria através de um processo construtivo racional sem jamais abandonar a poética e alguns valores relacionados com as práticas artesanais. Num mundo regido pela velocidade e pelas imagens virtuais, a pintura de Eduardo Garcia impõe-se em nosso olhar como a arte da permanência. E a poderosa e vibrante presença da materialidade pictórica é o instrumento utilizado pelo artista para se atingir a verdadeira beleza. Dudu Garcia vive e trabalha no Rio de Janeiro, onde desenvolve sua pesquisa desde 2001. Cursou a faculdade de Desenho Industrial e estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Integra o grupo de artistas da Fábrica Bhering, tendo sido ele o primeiro a ocupar o local. O artista plástico tem como principal característica a utilização de materiais orgânicos como pó de pedra, poeira, petróleo, borracha, carvão e limo sobre telas de linho, cânhamo e de algodão. Participou de exposições em importantes museus e galerias, entre eles o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Centro Cultural dos Correios, o Paço Imperial, e nas galerias Luisa Strina, Nara Roesler e Verve. O artista já expôs na França, na Inglaterra, na Bélgica, nos Estados Unidos e no Japão. Seu trabalho integra os acervos do Centro Cultural Cândido Mendes Rio de Janeiro – RJ, do Centro Cultural dos Correios Rio de Janeiro – RJ; da Embaixada do Brasil Paris – França; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM RJ) Coleção Gilberto Chateaubriand? e do Museu de Arte Moderna da Bahia? Salvador – BA MAM BA –