Anna Paola Protasio
Rio de Janeiro, 1966 Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil O artista contemporâneo, em viragem importante, ao invés de simplesmente fazer o sonho contrastar, meteu-se na atividade de mostrar que a diferença estrita entre o onírico e a realidade, deve-se, tão somente, à convenção. A questão não é de beleza ou feiura, de nenhuma forma o sonho é tomado em acepção de recompensa noturna à uma consciência tranqüila, mas sim de notar que o descobrimento da imaginação irreprimida, dá-nos conhecimento sobre a elasticidade da nossa realidade, para o bem e para o mal. Há quem veicule que a insensibilidade ao onírico nos dias, à natureza imagética e pictórica das nossas paisagens diárias, seria-nos útil, porque assim estaríamos protegidos de nós mesmos. Nada mais falso ou imoral. Porque nem sequer somos homogêneos no que ignoramos e nem estamos condenados a sempre usar o lado cortante da faca. A imaginação é fardo e asa. Protasio se sente atraída por tais questões que reputamos de primeira grandeza. A aparente dispersão de sua obra é sentida apenas por quem não reconhece a capacidade da arte contemporânea enfrentar as dúvidas mais importantes. Se muitos artistas se sentem confortáveis com a repetição de um único tema, ou com pequenas mudanças, de modo a fugirem da tensão causada pelo desconhecido, tal não ocorre na pesquisa dela. Não só ela insiste nas mais radicais buscas de material, e de portentosos formatos, como nunca se põe a frequentar perguntas para as quais já se sabe as respostas. Cesar Kiraly