Aline Bispo
A artista Aline Bispo (1989, São Paulo, Brasil) baseia sua prática na pluralidade. Sua pesquisa perpassa as diferentes instâncias da imagem. Bispo cria ilustrações, onde figurações de ícones religiosos, encontram elementos da natureza e símbolos políticos em composições de caráter gráfico, marcado por superfícies de cor que resguardam os traços da artista. Tela, papel, capas de livro, colunas de jornal, empenas de prédio, tecidos e seu próprio corpo, na performance, são alguns dos suportes possíveis para a artista, que busca não se limitar. Em seu processo de criação, uma mesma imagem pode transitar entre diferentes meios para adquirir novas propriedades materiais e sentidos. Ao se disseminarem, refundam o imaginário brasileiro a partir da ideia de sincretismo. O trabalho de Aline muitas vezes extrapola os espaços tradicionais da arte para encontrar o público em diferentes contextos. O encontro é fundamental na prática da artista, que investiga temas que atravessam a formação sociocultural do Brasil a partir do violento encontro entre europeus e africanos. O sincretismo emerge como abordagem dos efeitos da miscigenação, permeando o trabalho da artista de elementos visuais comuns, mas com diferentes significados, ao cristianismo e às religiões de matriz afro-diaspórica. A espiritualidade se faz presente mesmo nos elementos da natureza, cuja importância ritual, como cura e alimento, está baseada em conhecimentos ancestrais. Além de sua prática artística, desde 2020, Aline Bispo é curadora do Instituto Ibirapitanga, voltado à defesa de liberdades e das práticas democráticas no Brasil. Sua primeira individual, A medicina rústica, pinturas de Aline Bispo, aconteceu na Galeria Luis Maluf, em São Paulo, Brasil (2021). Participou de diversas exposições coletivas, destacando-se: Dos Brasis: Arte e pensamento negro, no Sesc Belenzinho, em São Paulo, Brasil (2023); Mães – No imaginário da arte, no Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, em São Paulo, Brasil (2023); Mulheres que mudaram 200 anos, na Caixa Cultural, em São Paulo, Brasil (2022); Ocupação Olhares Inspirados: Raquel Trindade, Rainha Kambinda, no Sesc 24 de maio, em São Paulo, Brasil (2021); Tenho os olhos abertos, não posso mais voltar, no Adelina Cultural, em São Paulo, Brasil (2019). Integra as coleções do Museu de Arte de São Paulo (MASP), São Paulo, Brasil; e do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), Porto Alegre, Brasil, espaço que se prepara para receber a primeira exposição institucional da artista em novembro de 2023.