Aleta Valente
Aleta Valente (Rio de Janeiro, 1986). Artista brasileira, vive e trabalha no Rio de Janeiro. De produções fotográficas, ao mesmo tempo requintadas e banais, atos improvisados e situações instalativas que preveem a participação do público, seu trabalho se ativa por fissuras entre o campo da arte e da tecnologia e se desdobra em zonas insólitas. Em suas obras – low-res vídeos, memes, SEO, hipertextos e links – a artista opera distintos processos de criação, contrapondo a desproporção do plano geográfico da cidade e alinhando realidades para além de reais e virtuais. Em seus processos artísticos, a arte se torna um mecanismo político onde questiona a massificação e mercantilização dos estereótipos de gênero, autonomia do próprio corpo e a legalização do aborto em interseções que se conectam com a luta por recursos de independência e autonomia da mulher. A cisão da fêmea é a nevralgia das manifestações de Valente, o protesto para a mudança nas estruturas políticas em relação ao corpo feminino é um trabalho elasticamente praticado por ela, que a todo momento tensiona a narrativa da publicização da imagem sensual da mulher, explorada pela sociedade machista capitalista. Com um prato de comida entre as pernas, de ponta a cabeça sobre uma pilha de entulhos ou de peito aberto e coberto de moedas, Aleta investiga a domesticação, a subserviência e a redefinição da mulher. Com um celular em mãos a artista produz, fotografa, edita e distribui imagem e seu discurso mundo afora. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e na Escola de Belas Artes da UFRJ. Em 2020 realizará a exposição “Avenida Brasil 24h” no Instituto Moreira Sales paralelamente a ocupação aos mobiliários urbanos (outdoor, outbus , backlight em pontos de onibus, etc) da própria avenida Brasil. Neste ano, participou do “Artifício – o podcast do PIPA”, plataforma sonora quinzenal do Prêmio PIPA com curadoria de Luiz Camillo Osorio. Em 2019, realizou sua primeira exposição individual: “Superexposição”, na galeria A Gentil Carioca, mesmo ano em que foi ganhadora da Bolsa ZUM de Fotografia no Instituto Moreira Salles (IMS-RJ). Além das indicações ao Paul Huf Award (Holanda) em 2020 e ao Prêmio Pipa em 2019 e 2017, a artista participou das exposições “Histórias da Sexualidade”, no MASP em 2018, “Latin Reconquista: La Colônia Contrataca”, na ABM Confecciones em Madri em 2018, “Composições Políticas”, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica em 2016 e “Abre Alas”, na A Gentil Carioca em 2015. Suas obras integram a coleção do Instituto Pipa.