Alcides Perreira
Alcides (Alcides Pereira dos Santos) 1932, Rui Barbosa | BA - 2007, São Paulo | SP Nascido na Bahia chegou em 1950 a Mato Grosso, onde se radicou, com 18 anos de idade. Vindo dos trabalhos exaustivos da roça, experimentou os ofícios de sapateiro, barbeiro e pedreiro, antes de exercer a arte da pintura. Segundo Aline Figueiredo (1977), com 19 anos de idade, “alcança as maiores revelações da sua vida: a religião e a pintura”. Desde 1992, residia em São Paulo, capital, onde faleceu em 8 de julho de 2007. Evangélico, acreditava que a arte é dom de Deus. Sua pintura, em conseqüência, reflete o provimento da vida do homem pela natureza, através do cultivo da terra e da pecuária, nas suas relações mútuas. Não se limitava ao aproveitamento dos dons divinos da terra pelo homem a representação simbólica de Alcides. Também a tecnologia e a vida das cidades devem revelar louvor à Criação, através de Flagrantes do dia-a-dia, sem qualquer laivo de proselitismo ou de representação explícita do sobrenatural. E assim ele pinta a série da criação do mundo em sete dias, incorporando ao trabalho as legendas bíblicas: “Disse Deus: Haja terra seca, haja relva, e árvores e flores”. A serenidade das suas paisagens da década de 70 permanece, portanto, inalterada nas décadas de 80 e 90. Nessas, contudo, acentuam-se o grafismo e o geometrismo do seu trabalho, em que a figura humana – como também ocorria na década de 70 – está no campo da composição em pequena escala, pois é o todo da paisagem como criação macro que interessa. Trabalhos seus integram o acervo do Museu Afrobrasil em São Paulo e do Museu de Arte Popular do Centro Cultural de São Francisco, em João Pessoa, Paraíba. Obras suas estão em importantes coleções particulares. Fonte: “Pequeno Dicionário do Povo Brasileiro” – Lélia Coelho Frota