Durante o último final de semana, nos dias 9 e 10 de maio, promovemos a segunda edição da mostra fotográfica Retratos da Quarentena em nossa página do Instagram (@artrio_art). O evento, de chamada aberta, contou com a participação de mais de trezentos artistas – cem a mais que na edição anterior – que nos enviaram suas imagens e registros do que tem marcado para eles esse período de isolamento.
Os trabalhos foram recebidos ao longo dos dois dias da chamada, no sábado e no domingo, e ficaram disponíveis também durante a segunda-feira nos “destaques” da página. A cada um deles, convidamos os usuários da rede social a reagirem ou comentarem quando se identificassem ou admirassem o trabalho. Durante esses três dias que ficaram em exibição nos stories da página da ArtRio ou nos destaques, o Instagram contabilizou as respostas ou reações a cada um.
Dentre os inúmeros retornos positivos e trabalhos dos mais variados gêneros e registrando as mais diferente formas de encarar a situação, os registros de Urbicru (@urbicru), Dona Carmen (@d0nacarmen) e Maria Júlia Borges (@majuborges_v) se destacaram. Entramos em contato com os três autores e pedimos para que contassem para gente, em poucas linhas sua experiência na quarentena e como isso está colocado na imagem:
“10s”, 2020, de Urbicru
“A atenção do meu trabalho está na condução das linhas corporais e no vazio. Mergulho nos vazios. Exploro o protagonismo do corpo. Corpo que é experiência; é centro e fundo ao mesmo tempo. Com a vida lá fora em suspensão, fui obrigada a mergulhar nos avessos. Antes, olho. Agora, olho e corpo. Autorretrato. Enfrentar o isolamento social tem sido uma imersão profunda pra dentro de mim mesma. O projeto foi feito com timer e o apelidei de 10s.
Sou estudante de arquitetura e atuo como fotógrafa freelancer. Não sou representada por nenhuma galeria. Ultimamente a fotografia tem sido pra mim mais um experimento corporal artístico, do que um trabalho em si.”
Urbicru (@urbicru)
“Home office”, 2020, de Dona Carmen
“O seu lado sombrio já despertou durante a quarentena? Esse retrato fala sobre a inserção da rotina de trabalho nos dias de isolamento social. Uma das inspirações foi um plano da série The Twilight Zone, produzida por Jordan Peele – a poltrona no escuro, muito usada em gêneros de terror e suspense.
Somos a Dona Carmen, uma produtora audiovisual formada por quatro amigos da área de comunicação. O que nos juntou para fundar a produtora, em setembro de 2019, foi a vontade de produzir arte de forma coletiva e independente.”
Dona Carmen (@d0nacarmen)
“Tatiana”, abril de 2020, Mogi das Cruzes, SP, de Maria Júlia Borges
“Tenho 16 anos e sou amadora na arte da fotografia, mas é algo que quero levar para a vida, pois amo fotografar. Não tenho câmera, comecei o curso em fevereiro deste ano na @escoladearte. Devido a quarentena temos aulas online e para colocarmos em prática tudo o que aprendemos, recebemos as câmeras da escola, que as disponibiliza aos que não tem. O isolamento é necessário nesse momento pelo qual estamos passando e apesar de ser estressante, nos proporciona momentos como este em que fiz o retrato da minha namorada (Tatiana). Quis “brincar” com a composição do reflexo, foi o meu primeiro retrato e um dos favoritos. Obrigada, professor @guijsilva, por nos ensinar tanto!”
Maria Júlia Borges (@majuborges_v)